Orientações nutricionais para pacientes com gota

Gota é uma desordem metabólica associada a alterações no metabolismo do ácido úrico e hiperuricemia, que pode ser o resultado da redução da excreção de ácido úrico (85% a 90%) ou do aumento da produção (10% a 15%).

A causa da gota está relacionada tanto a fatores genéticos quanto ambientais, mas a prevalência crescente observada nas duas últimas décadas, acredita-se ser devida, principalmente, aos fatores ambientais relacionados com os hábitos de vida e alimentação.

A prática de exercício físico de intensidade moderada associa-se a concentrações mais baixas de ácido úrico, podendo ser útil na prevenção de gota.

Para controle da hiperuricemia é importante intervenção nutricional, associada a mudanças no estilo de vida, prática de atividade física, controle do peso, colesterol e pressão arterial. Além disso, deve se evitar o consumo de bebida alcoólica, principalmente cerveja, pois o consumo de etanol pode induzir hiperuricemia e a cerveja é rica em purinas, em especial guanosina, favorecendo assim a hiperuricémia e o risco de gota.

Como intervenção nutricional recomenda-se restringir alimentos ricos em purinas de origem animal (carnes, miúdos, embutidos e frutos do mar). Aumento no consumo de frutas, hortaliças, leite e derivados e adequada hidratação.  O consumo de proteína vegetal não parece associar-se a um acréscimo no risco de gota, mesmo quando se consideram vegetais fornecedores de purinas. Recomenda-se também a ingestão de cerca de 2-3 litros de líquidos por dia, dando-se preferência à ingestão de água

Além da restrição do consumo alimentar, a perda de peso pode representar uma estratégia eficiente para reduzir os níveis séricos de ácido úrico, especialmente em mulheres na pós-menopausa e em homens.

Para o tratamento dos pacientes é essencial uma intervenção nutricional individualizada a implementação de estratégias modificadoras de estilo de vida, incluindo a prevenção da obesidade, intolerância à glicose, hipercolesterolemia e hipertensão arterial.