Saúde Mental: A importância de procurar ajuda especializada

Saúde Mental: A importância de procurar ajuda especializada

10 de Setembro – Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Historicamente o tema ainda é muito pouco abordado e marginalizado pela sociedade. Existe muito preconceito e vergonha das pessoas que de uma forma sofreram direta ou indiretamente.

A pedido da OMS (Organização Mundial de Saúde) a criação da data tem uma importância para podermos discutir sobre o assunto, de forma mais aberta e com toda seriedade necessária.

Ainda não existem dados concretos e pesquisas que apontam com precisão o aumento dos números de casos de suicídios no Brasil durante a Pandemia da COVID-19, mas já é constatado o aumento de demanda medicamentosa (antidepressivos e ansiolíticos), assim como acompanhamento psicoterápico da população como um todo. O que é um grande alerta!

Sim, estamos mais vulneráveis, frágeis e precisamos enfrentar essa realidade. Como disse em uma entrevista ao Conselho Regional de Psicologia, o Psiquiatra Dr. Paulo Amarante¹, “podemos estar mais deprimidos”, ou seja, é possível sentir-se assim.

Com uma ajuda especializada, podemos suportar questões tão profundas, mas que tem adoecido a população de forma lenta e coletivamente. Abrir um espaço e se permitir entrar em contato com essas questões é um grande passo para evitarmos e prevenirmos os números de casos que tenha esse acometimento. 

É sabido que o suicídio pode ser considerado multifatorial, mas existem pilares e indícios que podem ser fatores de risco, portanto, a informação e o conhecimento nos ajudam na sua prevenção.

Tentativas prévias e doenças mentais, precisam ser vistas como fatores de risco e não banalizarmos o que, em muitas vezes, parece um chamamento de atenção. As pessoas que tentam o autoextermínio, em sua maioria, já pensaram mais de uma vez, e, se chegam ao ato, podem de fato conseguirem. Por isso, um acompanhamento profissional ajuda a suportar esse momento tão vulnerável . 

De acordo com o Dr. Paulo, estar deprimido não significa “doença”, estamos falando de um momento frágil e não de algo que represente aquele ser.

Existe uma grande diferença de “estarmos deprimidos ou fragilizados, para sermos deprimidos ou fragilizados”, não somos, mas podemos estar. É legítimo sentir-se triste diante de tantas modificações que a sociedade vem passando, durante a pandemia com tantas perdas humanas e materiais.  A partir do momento que nos permitimos chegar perto de sentimentos tão difíceis, com uma escuta especializada, poderemos ser capazes de suportar tamanha crise. 

Existe um alerta para o aumento do consumo de antidepressivos, que podem ser desencadeadores do Suicídio, alerta o psiquiatra. A banalização medicamentosa é assustadora, o que nos preocupa é a utilização inadequada de medicação somente, sem um suporte Psicoterápico em conjunto. 

É preciso repensar a vida com um todo, hábitos, valores, conceitos, padrões de comportamento, e principalmente a normatização deles. Portanto, podemos não estar bem, e tudo bem quanto a isso. Peça ajuda, procure uma especialista, pois é possível suportar essa dor juntos. 

¹. Dr. Paulo Amarante, presidente de honra da Associação Brasileira de Saúde Mental, pesquisador da FIOCRUZ, médico Psiquiatra, doutor em saúde Pública.  

Izabela Gazzinelli 

Psicóloga do programa Cuidado Completo da Pulsus.

Centro de Infusão especializado em tratamento de doenças imunomediadas.